terça-feira, 16 de maio de 2023

Namastê!!!

É preciso sair da ilha para ver a ilha!

Verdade, não nego.

Depois que me afastei das salas de aula vi com muita clareza a necessidade da dança do ventre na vida feminina, e como a sua virtude faz parte da mulher, um âmbito do qual não podemos nos afastar por longos períodos.

Pois afastadas começamos a ficar cegas no sentido da intuição, clarividência, percepção, razão e sem falar do contexto físico e seus benéficos resultados no corpo.

Sem a dança caminhamos para a inexpressividade, secura da alma, dificuldade de envolvimento feminino, relacionamentos sem transparência ou sofisticação da sensibilidade.

A dança, faz parte da expressão da alma e o diálogo com seu próprio corpo e com o das outras pessoas se torna difícil. Com a dança tem-se a facilidade da leitura com os olhos e decifrar  movimentos alheios mesmo que ocultos sob o véu da agrura de quem não sabe como falar com olhos e com o corpo se torna possível.

Além disso o diálogo, o conhecer a si própria é totalmente satisfatório e reconfortante a medida que queremos mais  da vida e além dela, para toda eternidade.

Pairei em diversas tendências da dança do ventre, da sala de aula aos palcos, e a dança como terapia, daí o termo "ventreterapia", é com toda certeza a melhor versão e mais autêntica forma de auto ajuda que se pode auto conduzir.

Bem vindo, tempos novos!




segunda-feira, 1 de julho de 2019

O prazer de fazer bem feito

Humm..o prazer de fazer bem feito.

 Este é um deleite eterno, todas as vezes que olhar para trás em algo feito por você e se sentir orgulhosa por isso,isso é mágico.
É o salário extra que a vida paga pelas suas atitudes feitas com plena satisfação.
Sempre fui do tipo: Se vou fazer, então vou fazer do melhor jeito possível.
Sim, é um pouco mais trabalhoso, ficar a manhã toda montando passos e contagens, tentando decifrar o que o corpo sente ao executar determinado movimento, para poder ajudar as alunas a decifrar aonde ele nasce no seu corpo, para que não fique nenhuma dúvida de que você está passando conteúdo que fique perpetrado na consciência de cada aluna sua.
Perder horas fazendo cálculos de tempo coreografado, pensando se cada uma delas vai ter tempo suficiente para se sentir a atriz principal no espetáculo anual da Cia.
Claro, tem jeito de ser mais simples, eu sou a professora, então eu decido, eu sou a estrela principal, eu pego as melhores partes, ensino o movimento e dou as contagens. Desse modo eu danço, você  dança, mas apenas uma de nós se destaca sempre!
Nunca foi assim comigo, a dança sempre foi mais que isso, o gosto de fazer entender, o desafio de dividir as luzes, os aplausos, é uma questão de amor ao próximo.
Sempre dizia às minhas pupilas: Ser uma boa bailarina, não significa ser uma boa professora.
Porque ser uma boa professora, às vezes é meio parecido com ser mãe. Sim, estranho essa comparação, mas pensando do ponto onde se abdica de certos gozos no palco, para dar a luz às demais faz sentido, porque não vemos isso na fila no banco, na fila do supermercado. Ainda mais num mundo tão competitivo quanto o da dança do ventre, que é uma linda arte, quase uma religião antiga, mas permeada de atitudes egoístas e vaidade, interesses próprios a qualquer custo. Passa-se por cima de qualquer uma para se obter uma posição privilegiada, ou uma informação privilegiada.
Eu vejo algumas boas professoras, que nem tão boas bailarinas se despontando no cenário, no meu cenário, que é Apucarana e região.
A sala de aula é um lugar onde tratei problemas físicos e emocionais, não sei se admiro ou me espanto em ver professoras que entram, dão aula e vão embora. Talvez em alguma outra modalidade de dança, mas na dança do ventre e no ballet, é impossível, os movimentos são bombas de emoção. E quando a bomba não tem pólvora, não explode, se tem demais, é uma catástrofe. Então, como não se envolver?
Talvez a internet tenha feito as pessoas pularem etapas. Resolver os conflitos internos perdeu espaço para a urgência em aparecer, por isso lá no futuro eu vejo novamente poucas professoras, assim como era no passado. Porque quem não estiver emitindo uma marca no coração das pessoas, não vai ficar na memória por muito tempo. 
Pessoas de vários níveis econômicos foram minhas alunas, mas a maioria não teria vivido momentos tão legais, assim como eu, em festas incríveis, viagens de avião, hospedagens em hotéis 5 estrelas, ou sequer teriam provado uma boa champanhe no camarim, não fosse essa minha mania de estender aos próximos, as coisas boas que a vida trazia a mim.
Mas foi exatamente isso,  essa mania, que fez toda diferença, especialmente para mim, porque, como disse um amigo : Sempre fica perfume nas mãos daqueles que oferecem flores.



segunda-feira, 13 de maio de 2019

A dança do ventre real

Você pode creditar ou não, mas eu acredito que tudo tem um porquê, e com a dança do ventre foi assim também.
Ela me encontrou quando eu precisava muito, e eu me despedi dela quando não tinha mais nada para curar em mim e havia mostrado a cura para várias mulheres.
Claro que adoecemos de várias formas e várias vezes, mas, cada vez precisamos de uma lição diferente, e quando você não aprende nada com a lição, ela se repete até que você aprenda. E quando não tem mais nada a fazer ali, partimos para a próxima. Acredite, pois foi assim comigo.
Sim, ainda me arrepio ao ver uma bela bailarina se expressando com seu corpo, uma vez seduzida por esta dança, impossível ficar imune.
Mas essa dança não mente, e não é possível ser profissional ao ponto de enganar uma platéia experiente, então  não me deixo enganar por olhares, caras e bocas, e muito menos por figurinos maravilhosos, que sim, são lindos de ver, mas não tornam a dança emocionante e apaixonante.
Na verdade poucas bailarinas me seduzem, acho que foi assim que consegui o título de "professora russa", por minha exigência  e alto padrão crítico.
Claro, a personalidade está impressa diretamente na  dança, bailarinas podem ser  esfuziantes, energizadas, melancólicas, enganadoras, humildes, carismáticas e por aí vai. Pode ter certeza que ninguém, mas ninguém mesmo consegue separar sua personalidade da sua dança, e quem o tenta, soa falso e barato.
Por isso, quando o olhar não convence, não adianta, pode colocar um elefante na cabeça, vai ser divertido mas não vai tocar o coração.
Acredito que a cura através da dança, se dê ao tempo dedicado aos movimentos, pois para aprender a dançá-la direito, precisamos de horas de dedicação em cada movimento. Este tempo, que tem que ser sozinha, te leva a um exame interior e a medida que se vai aprofundando no movimento, você vai pensando em você, na sua vida, e inúmeras coisas passam pela sua cabeça, então começá-se a questionar tudo.
Neste momento, abre-se uma nova visão, e você vê tudo e todos de outra forma, eu diria de uma forma mais humana, pois admite que não se tem a perfeição, nem em você, nem nos outros.
Estamos a falar de benefícios internos, e não de benefícios físicos.
Dança do ventre é como se rasgar e depois se costurar de novo. Então quando você vê alguém se rasgando, não fica assustada, já que sabe, faz parte do processo de cura.
Se você faz dança do ventre, mergulhe fundo em você, e vai descobrir possibilidades incríveis de amar a si e aos outros, não me interprete mal, algumas professoras pintam isso como o paraíso na terra, não é bem assim.
Sou adepta da meditação durante o aprendizado, mas ainda assim, acho que levar para o caminho da cura antes de levar pelo caminho da atividade artística é um erro e confunde muito as coisas. Quando eu entrei nessa "onda" me dei muito mal (srsrs) porque as pessoas pagavam a mensalidade para 1 hora de aula e depois ficavam mais 2 horas se consultando! (haha).
Primeiro a dança, como dança, foco no corpo, movimentos e principalmente estudo das posturas. Folclore em medidas homeopáticas, e muita, mas muita nomenclatura.
Nosso concorrente direto, o balé, (sim o balé é o concorrente direto da dança do ventre) e ainda gera muitas intrigas e inimizades no meio, saiu na frente, mesmo sendo mais novo, porque tratou tudo com muito profissionalismo, deixando tudo limpinho, quero dizer, sem margem para várias interpretações de um  mesmo passo, enquanto a dança do ventre se preocupava mais com os holofotes e a liberdade que a dança poderia conceder ás bailarinas que almejavam sair da Arábia.
Bom, deu no que deu, e ainda hoje vemos muita discussão a cerca de como se executa isso ou aquilo, como se chama isso ou aquilo, e ainda perde-se horas discutindo e cada aluna chamando de um jeito diferente até entrarem em um consenso.
Isso me chamou a atenção quando comecei na carreira,  senti que algumas pessoas faziam até gozação com a situação, chamando o shimmie de "estremilique"ou "choquinho".Eu pensei: Não vou fazer isso nas minhas aulas. E não fiz, coloquei nome em absolutamente tudo que eu sabia.
That's it today!
💋💋💋💋💋💋



terça-feira, 12 de março de 2019

De volta ao mundo da dança

De volta ao mundo da dança


De volta? Sim! Porém de uma posição diferente.
Após 20 anos de dança, cursos e salas de aula, foi preciso um afastamento para enxergar um pouco além. Agora volto a falar sobre o assunto e todas as situações vividas, esperando com isso fechar um ciclo a cerca do assunto ou apenas aumentar o entendimento sobre ele.
Quando as pessoas (mulheres) ficavam sabendo que eu era professora de dança do ventre, elas ficavam excitadas, encantadas e a maioria muito empolgada.
As que voltavam, geralmente traziam um container vazio para carregar com as novas informações e "segredos" (não existe nenhum segredo) que elas idealizavam usar a partir daquele momento para resolver grande parte dos problemas das suas vidas.
Mas, por quê as pessoas acham que você pode oferecer a elas beleza, iluminação, alegria e sucesso instantâneos?
Elas geralmente procuram fórmulas mágicas que transformem seus casamentos, vidas sexuais, sociais e familiares sem o árduo trabalho de amadurecimento, aceitação e reconhecimento de que a felicidade é uma busca constante, um estado de vivência. Mas acima de tudo, na maioria das vezes elas se reconhecem como desprovidas de felicidade, quando na verdade tem as condições para isso.
"Cada um no seu quadrado" é uma expressão que cabe aqui, eu seria professora em alguma área, com certeza, sempre ligada no auto conhecimento como a base para superar problemas, eu fui vencendo dificuldades e aumentando meu poder de superação individual. Com a facilidade de reconhecer várias necessidades nas outras mulheres, passei a me dedicar mais a elas e ensinar o que sabia sobre auto conhecimento e energia.
Conhecendo a dança do ventre, apreciei o método e o usei para conduzir á  interiorização, aliado com as práticas de meditação e exercícios.
O auto conhecimento é  fundamental para melhorar a sua vida, ele traz para sua consciência, seus defeitos e qualidades muito claros e assim fica mais fácil escolher e trilhar um caminho.
Em busca dessa felicidade e auto confiança que as alunas afirmavam ver em mim e queriam para elas, como se fosse possível transferir felicidade, eu passei a ser buscada por vários tipos de mulheres.
Então, sabendo que tudo é energia, incluindo aí os pensamentos, imagine a quantidade de energia sugada!
É preciso saber (aprender) a impor limites, isto é parte importante para o sucesso , profissional inclusive.
Você sabe dizer Não? Sabe e consegue se afastar de situações e pessoas sugadoras? Sabe ao menos identificá-las? Sabe sim, é só pensar em como e quando você começa a ficar desconfortável e cansada diante de uma pessoa.
Pense nisso.




quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Entender para desfrutar

Mas afinal, o que é Said?

É um ritmo, é lugar ou é uma dança?

Quem respondeu os 3, acertou!!!

Said é uma região localizada no Alto Egito, esta região também dá nome ao ritmo said, um dos mais populares utilizados em diferentes estilos de dança atualmente. Nessa região surge o 'Tahtib', uma dança masculina onde os bailarinos utilizam longos bastões de bambu chamados de assaya, dessa tradição Said surgiu a 'raqs el assaya', ligando o nome á pessoa: raqs=dança, e assaya = bastão, que também é conhecida por  dança said,  utiliza o ritmo de mesmo nome em suas músicas.
A esta dança são incorporados passos da dança Baladi, conferindo delicadeza e graça a ela...
Mas essa já é outra história.....
Namastê.


Curso de formação em dança do ventre-módulo 2.


domingo, 23 de outubro de 2016

Flavia Oliveira Dança do Ventre-20 anos





Olá queridos leitores e apreciadores da arte da dança do ventre.

Então, foi assim, num piscar de olhos que se passou 20 anos?????
Foram muitas danças, muitos shows, muitos festivais, não conseguiria contar as coreografias criadas...
Quantas aulas montadas? Não sei, mas se quiserem podemos calcular... 4 a 5 horas diárias de aulas + 2 a 3 horas para montagens de aulas e coreografias, sem contar ensaios extras para eventos e shows. Agora se falar em Festival, podem dobrar as horas ....

Tudo por um bom motivo, um excelente motivo: Ver bailarinas se expressarem através da música oriental, com movimentos corporais belíssimos aliados a expressão facial, e, é claro, aquela maravilhosa sensação de vê-las dançar com a alma.
Quantas alunas? Não sei, foram muitas.....
Qual o objetivo? O meu objetivo ? 
Levar qualidade de vida ás mulheres que procuram a dança como um ponto de partida para um encontro com seu sagrado feminino.

Mais do que a minha própria satisfação com ela, a dança me proporcionou melhoras incríveis a nível de auto conhecimento, a vontade de ajudar as mulheres sempre foi maior em mim, e isso é algo pessoal,  nasci com o compromisso de levar atitude feminina a todas que se propusessem encontrá-la. Isso acontece  quando aumentamos o seu brilho de mulher, incentivamos a acreditarem em seu potencial, fortalecemos sua auto estima, e sempre fazemos questão de lembrá-las o quão especiais elas são.

Isso aliado a aulas que sempre tive o cuidado de não ser somente terapia, mas algo que colaborasse para a melhora física, com alongamentos constantes, exercícios físicos e preocupação com a resistência física de cada uma, pois corpo são, mente sã.
Fiz o que fiz, da melhor forma que pude, estudei muito, sobre os mais variados assuntos, mas sempre com o cuidado de não me achar 'sabida' demais, aquele que não se senta pra aprender, não ficará em pé para ensinar. Uma vez professora, nossa responsabilidade se multiplica,  porque vc é questionada em diversos assuntos , e precisa responder algo que edifique a criatura  e todos os outros seres humanos á sua volta receberão a reverberação das atitudes tomadas sob influência do conselho de sua professora, então acabamos, professores de educação física, de dança, de relacionamentos, conselheira sexual, familiar,enfim.....

Uma coisa sempre é constante nos grupos femininos: A disputa, a concorrência, o ego e a exclusão nata, de uma parte das mulheres, quanto detectam ameaça ou concorrência em  sua aula, ou até em sua vida. E acredito ser esse o maior desafio de uma professora de dança, controlar os ânimos inflados pelos egos e vaidade exagerada, que, no começo não aparecem, estão adormecidos, ou escondidos, talvez amordaçados. 
 Mas com a rotina das aulas, serão colocados pra fora em algum momento, como outros sentimentos que tmbm serão trabalhados,  e aí o grupo pode começar a 'rachar', pois a vaidade e a vontade de ter maior atenção, dançar na primeira linha, ter destacamento especial em algum momento, vai detonar uma verdadeira bomba nuclear na sua sala de aula. Isso acontece em grupos de dança, bandas, e podem observar, grupos femininos geralmente tem vida muito curta.
Ai é hora de frear os ânimos, esfriar as coreografias, focar em exercícios e fortalecer o psicológico das bailarinas.... Na maioria das vezes funciona muito bem, e esse primeiro contato com a 'fera' interior se transforma em auto conhecimento. Aí, é lindo de ver, bailarinas evoluindo na dança  tanto quanto evoluem na vida! A maioria assimila muito bem e alia a evolução física, mental e terapêutica da dança nas suas vidas, e como consequência disso, elas vivem melhor e as pessoas relacionadas a elas também: Maridos, filhos, colegas de trabalhos, etc. Isso gera uma corrente positiva que é passada de pessoa para pessoa.

Mas nem sempre é assim, as vezes pegamos alunas psicologicamente doentes, e o efeito é contrário, todo  poder curativo que deveria ser aprendido é usado contra a professora, e os efeitos são catastróficos. Uma espécie de corrente negativa se forma e no caso de termos alunas não fortalecidas,  as vezes pelo simples fato de serem novatas no grupo, faz com que elas sejam arrastadas e atraídas para a  negatividade e para a formação de um sub grupo, e aí é só esperar pelos resultados que não são nada bons: novas professoras  nascendo de uma energia instável, mágoas (pois a mente doente acredita que tudo que era dito em sala de aula era pra ela, e não pra todas) gerando ira e super ego.
 No princípio tudo parece funcionar bem com o novo grupo formado, mas com o tempo essa energia fluirá, e as consequências podem ser de vários níveis nas vidas das pessoas que fazem parte deste grupo.
A dança do ventre tem professores para todas as propostas de vida, suas vertentes são,  eu diria, infinitas, vão desde professoras amáveis, realmente preocupadas com suas alunas, passando por professoras que só usam a arte para se promoverem, outras pensam apenas em ganhar dinheiro, eu já vi quase de tudo, mas continuo me surpreendendo.
Desejo apenas que a dança não perca em conteúdo, todo seu potencial curativo, e que nós nos lembremos sempre de onde, como e por quê ela nasceu, qual a sua finalidade, para que ela esteja sempre disponível para quem realmente é capaz de carregar este legado com honra e dignidade.

Namastê.